Quando se falava em saúde, algumas
décadas atrás, faz-se referência quase que exclusivamente a uma única entidade
na sociedade. O médico. O papel do médico na formação da sociedade brasileira
foi definitivo na mudança sócio-cultural no que diz respeito ao estilo de vida.
Com os avanços da Revolução
Industrial aglomerou-se abruptamente um maior contingente no meio urbano. O
estilo de vida do ex-trabalhador rural, ativo, passou a cada vez mais se tornar
sedentário.
As várias doenças hipocinéticas (por
falta de atividade física, como obesidade, hipertensão, altos níveis de
colesterol, etc.) foram fruto dessa mudança brusca que sofreu o costume dos
cidadãos.
O próprio sistema expropriou o que o
homem mais tinha de valioso, a força de trabalho. Trabalhadores sedentários
significavam trabalhadores fracos e doentes, e com isso mão-de-obra pouco
eficiente.
Aí que entrou o papel do médico. Com
a ajuda da mídia e do Estado ele foi relacionado ao membro mais sublime da
sociedade, pois curava aquilo que impedia o capitalismo de crescer,
proporcionando saúde à massa e conscientização de um estilo de vida mais ativo.
Aos poucos, percebeu-se que não só
as doenças criam a falta de sanidade no ser humano. Precisávamos de corpos
fortes, mentes tranquilas, e pessoas felizes. Esses fatores positivos eram
vistos com maior eficiência na produção inserida na lógica desse sistema.
A conscientização da nova tendência de saúde começou a
acoplar novas ciências ao seu tratamento. Nutrição, fisioterapia, psicologia e
educação física. Nesse momento (final do século XX) não se falava mais em saúde
para evitar doenças, mas sim em saúde física, mental, emocional e social, sendo
assim, estar com o corpo condicionado e com boas capacidades físicas, estar
emocionalmente equilibrado, ter uma boa relação com as pessoas de seu convívio
e estar satisfeito consigo mesmo.
Para alcançar este Ser inteiramente saudável em todos os
componentes era preciso uma interação utópica de vários fatores que afetariam
mais uma vez o estilo de vida das pessoas.
Essa foi a fase de ouro da prática de atividade física. Pois
praticar exercícios evitava o surgimento de doenças, melhorava a aptidão física,
promovia o relaxamento e prazer e ainda influenciava nas relações sociais e
emocionais das pessoas.
Com o avanço da ciência e o aumento das pesquisas e estudos
sobre as tendências da atividade física, um novo conceito foi atribuído a sua
prática. O fornecimento do bem-estar.
As relações de trabalho de um mundo cada vez mais agitado transformaram
as pessoas em acumuladoras de estresse. A tensão (estresse) da vida
contemporânea, advinda de várias partes da insatisfação pela rotina, faz com
que as pessoas mesmo que fisicamente saudáveis, psicologicamente apresentassem
quadros patológicos e esgotamento do prazer.
Até hoje em dia, a promoção da saúde aliada ao bem-estar
social, emocional, físico, mental e espiritual, faz referência aos programas de
treinamento que buscam aliviar os fatores estressantes, melhorar as relações
sociais, fazer com que o aluno se aceite como é, além de cuidar de sua aptidão
física. Em fim, fortalecer constantemente a energia pessoal de cada praticante.
Bibliografia:
·
GUISELINI,
Mauro - Aptidão Física, Saúde, Bem-estar – Fundamentos Teóricos e Exercícios
Práticos – Phorte 2ªed. São Paulo, 2006;
·
SOARES,
Sandra Della Fonte, LOUREIRO, Róbson – A Ideologia da Saúde e a Educação Física – Ver. Brasileira de
Ciências do Esporte, Rio de Janeiro, 1998;
Postagem Original no Blog TSKF http://tskfblog.blogspot.com.br/
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